terça-feira, 20 de outubro de 2009

SP, 10anos

Chamemos-lhe SP. Menino (onde andará a sua infância?!), 10 anos, 4ª classe. Pai, tios, familia próxima... na prisão. Sobra a mãe, pelo menos por enquanto, que a vida que leva não lhe preve muito tempo nas ruas, e a avó.
Um dia, SP resolveu, por uma briga de crianças, resolver a situação como se fosse um homem daqueles que vê, ou via, em casa: com um canivete magoou uma colega. A situação teve direito a tudo quanto exige, incluido a presença da policia. O SP foi levado para a esquadra. Contudo, a arma da agressão não aparecia. Depois de muito tempo e muita paciência (11 anos É uma Criança!) a policia descobriu onde estava o canivete; SP escondeu-o num sitio muito mais doloroso para ele do que seria imaginável (11 anos)... Foi apanhado, ficou referenciado e foi para casa, onde a avó o esperava.
No dia seguinte, ao conversar com ele, tentei perceber o que se tinha passado, porquê o canivete, porquê esconde-lo, porquê ali... SP encolheu os ombros, como se as respostas fossem demasiado óbvias para que se desse ao trabalho de explicar: "A minha avó bateu-me ontem" Na minha plena ignorância tentei alegar que ela devia estar furiosa pela atitude dele além de preocupada com a abertura do processo. "Não stôra, levei porque escondi mal o canivete..."
SP... Quem me dera puder ajudar e mudar o caminho que todos os que te rodeia consideram inalterável e cada vez mais ajudam a traçar...
Como somos pequeninos...

Fevereiro de 2006 - Fazes-me falta...

Carnaval... Euforia, gargalhadas, brincadeiras... e eu.. lembrei-me de ti... das gargalhadas que demos com a tua linda peruca de serpentinas... dos desenhos que fizemos... de te ter ao colo e de ouvir o teu sorriso bem perto do meu ouvido... e depois lembrei-me dos nossos jogos,quando nao podias sair do quarto mas com toda a tua magia investaste facil facil um cesto d basket e fizest flexões em cima do sofá, de um jeitinho só teu...
E lembrei-me das vezes em que assistiamos à Sacura juntos e apanhavamos cartas de poh.. a mama entrava no quarto e era recebida com um "agora nao, vamos brincar mais um poukinho" ...tantas "tonterices"...
E ao lembrar-me de tudo isto o coração fikou pekenino e voltou a doer...
A historia da"casa de chocolate" vai ficar para sempre como a historia encantada mais especial que conheço... E o teu aceno de cabeça, quando te perguntei se gostavas de mim será o "sim" mais bonito e sincero da minha vida..
Quando as saudades vêem sinto-me tão vazia... Fazes-me tanta falta miudo... Fazem-me tanta falta...

Sacura**